No Dia Mundial da Alimentação, Desiderata disponibiliza dados atualizados sobre consumo alimentar infantil

Panorama da Obesidade facilita acesso às informações do Sisvan e passa a ter ferramenta de pressão política

Conheça os dados de alimentação em crianças e adolescentes no Panorama da Obesidade em Crianças e Adolescentes.

Mais do que uma necessidade para a nossa sobrevivência, a alimentação é considerada um direito humano básico previsto na Constituição brasileira. Neste Dia Mundial da Alimentação (16/10), é importante lembrarmos ainda que este direito prevê não apenas o acesso aos alimentos, mas que isso aconteça de forma adequada e saudável, em quantidade e qualidade. Em 2023, a data tem como tema “Comida, água, direitos e equidade”. 

No Brasil, ainda vivemos cenários controversos e diretamente relacionados à falta de equidade no acesso aos alimentos: uma parte da população apresenta índices altos de obesidade, enquanto outra sofre com a desnutrição.  

“Pensar na alimentação como um direito humano é fundamental para a construção de futuros mais saudáveis e sustentáveis. Nesta perspectiva, é importante que todas as pessoas possam ter acesso a uma alimentação de qualidade, sem concorrer com seus demais direitos básicos, especialmente as crianças para que tenham seu pleno desenvolvimento garantido”, afirma Carolina Rocha, analista de Saúde do Instituto Desiderata. 

Informações sobre a alimentação na infância e na adolescência vêm sendo acompanhadas desde 2015 pelo Instituto Desiderata que, neste 16 de outubro, lança uma atualização do Panorama da Obesidade em Crianças e Adolescentes, com apoio da Fundação José Luiz Egydio Setúbal e da Umane. 

A plataforma, desenvolvida a partir do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), apresenta dados sobre estado nutricional e consumo alimentar em todo o Brasil, trazendo detalhamento por idade, sexo e raça. Por meio do Panorama, é possível fazer análises sobre o acesso e qualidade da alimentação de crianças e adolescentes do país. 

Ferramenta de pressão política promove alimentação adequada e saudável

Uma alimentação adequada é fundamental para promover infâncias saudáveis.

Há quase seis anos, um índice alarmante se repete: mais de 80% das crianças e adolescentes entre dois e 19 anos consomem alimentos ultraprocessados no Brasil, de acordo com o Panorama da Obesidade. 

Os ultraprocessados são alimentos que, além de processados, sofreram adição de corantes, conservantes e outros aditivos sintetizados industrialmente como aromatizantes. Comidas congeladas, refrigerantes e salgadinhos em pacote são alguns exemplos. 

Por isso, uma das novidades do Panorama é uma ferramenta de pressão política, que convida os usuários da plataforma a se mobilizarem por uma alimentação escolar mais saudável. As escolas são espaços onde crianças e adolescentes passam boa parte do dia e, muitas vezes, fazem a maioria das refeições.  

O objetivo da ferramenta é incentivar que a população peça às autoridades municipais das milhares de cidades brasileiras a aprovação de leis que proíbam, nas escolas públicas e privadas, os ultraprocessados, priorizando alimentos in natura ou minimamente processados, melhorando, assim, a qualidade da alimentação. 

Rio de Janeiro e Niterói são exemplos de municípios que já contam com leis que proíbem a oferta e comercialização de bebidas e alimentos ultraprocessados no ambiente escolar. 

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