Painel Desiderata: resultados dos 20 anos de história do instituto e expectativas

Convidados do evento de 20 anos do Desiderata conhecem mais sobre trajetória das áreas de Oncologia e Obesidade.

Nos 20 anos de existência do Desiderata, foram muitos os caminhos percorridos, tanto na atuação pelo diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil e na humanização do tratamento, quanto no trabalho de prevenção e acompanhamento da obesidade infantojuvenil. Durante o evento de aniversário do instituto, no dia 3 de agosto, a gerente de Oncologia, Carolina Motta, e o gerente de Obesidade, Raphael Barreto, apresentaram algumas das ações realizadas e as conquistas nos dois setores no painel “Caminhos percorridos para o fortalecimento do cuidado à saúde infantojuvenil”.

A atuação pelo diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil foi o passo inicial e motivou, inclusive, a criação do Desiderata, como lembrou Antonia Frering, uma das fundadoras do instituto, durante a abertura do evento dos 20 anos. O câncer é a principal causa de morte por doença em crianças e adolescentes de um a 19 anos. Atualmente, no Brasil, o percentual de cura está em 64%, o que ainda indica uma alta mortalidade.

“Temos muitas realidades distintas no Brasil e, infelizmente, a gente sabe que onde uma criança nasce vai determinar as suas chances de cura. Iniciamos nosso trabalho em 2003 para mudar a realidade do Rio de Janeiro, alcançamos resultados importantes, mas, atualmente, temos outros desafios pela frente. A gente busca desenvolver um trabalho que possa mudar essa realidade brasileira, para que todas as crianças e adolescentes brasileiros, onde quer que estejam, possam ter a mesma chance de cura”, explicou Carolina Motta.

Raphael Barreto, gerente de Obesidade do Desiderata, e Carolina Motta, gerente de Oncologia, apresentam trabalho do instituto.

A segunda causa abraçada pelo Desiderata, a obesidade infantojuvenil, é mais recente na agenda de atuação do instituto, mas já apresenta bons resultados. Um deles é a aprovação de duas leis que proíbem a oferta de bebidas e alimentos ultraprocessados nas escolas do Rio de Janeiro e de Niterói.

Apesar disso, o trabalho de conscientização da obesidade como fator de risco para várias doenças crônicas e de criação de espaços alimentares mais saudáveis segue sendo desafiador, como apontou o gerente de Obesidade do Desiderata, Raphael Barreto.

“O excesso de peso e a obesidade aumentaram entre crianças e adolescentes brasileiros, mas essa agenda ainda não tem a visibilidade que ela precisa. A obesidade é resultado de uma série complexa de fatores individuais e coletivos, que atuam no contexto familiar, político, social, cultural…a abordagem da obesidade precisa ser mais ampla, mais sistêmica também”, afirmou Raphael.

A partir dos temas câncer e obesidade infantojuvenis, Carolina Motta e Raphael Barreto apresentaram ainda os pilares da atuação do Instituto Desiderata ao longo dos 20 anos de história, destacando a atuação do advocacy no executivo e no legislativo, a formação de profissionais da Atenção Primária à Saúde, as campanhas de mobilização e a realização de estudos e pesquisas para embasar políticas públicas.

“É importante lembrar que a gente busca soluções integradas para poder alcançar o fortalecimento do SUS(…) Muitas vezes, as nossas temáticas, diante de tantas demandas e tantas agendas da gestão pública, não são prioridades e o nosso papel, da sociedade civil, é sempre estar junto, sempre lembrando que elas precisam ser priorizadas. E como a gente faz isso? A gente acredita muito no trabalho coletivo, então a gente busca unir todos os esforços para fortalecer as nossas prioridades”, reforçou Carolina Motta.

Confira, na íntegra, o painel “Caminhos percorridos para o fortalecimento do cuidado à saúde infantojuvenil”.