Obesidade Infantojuvenil
A obesidade infantil é uma condição de causa multifatorial que se configura um grave problema de saúde pública no mundo. Em 2020, segundo estimativa da World Obesity Federation (WOF), 158 milhões de crianças com mais de 5 anos estavam acima do peso adequado. O Atlas da Obesidade publicado pela WOF aponta que até o ano de 2035, mais de 750 milhões de crianças entre 5 e 19 anos deverão viver com excesso de peso, representando duas a cada cinco crianças globalmente, e a maioria delas habitantes de países de renda média. No Brasil, o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional aponta que cerca de 31% das crianças e adolescentes atendidos na atenção primária do SUS em 2022 estavam com excesso de peso.
A obesidade é fator de risco para diabetes, doenças cardíacas e respiratórias ainda na infância e na fase adulta. Ela não só compromete a qualidade de vida e o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes, como também sobrecarrega o sistema de saúde. Agir para conter os números crescentes de obesidade é um grande desafio. Impulsionado pela queda de preços de alimentos ultraprocessados em relação aos in natura e o marketing abusivo voltado para esse público, o consumo de produtos alimentícios ultraprocessados entre crianças e adolescentes vem aumentando nos últimos anos.
Referente à piora na alimentação infantojuvenil e ao aumento da insegurança alimentar e nutricional, se observa o fenômeno da dupla carga de má nutrição. Esse fenômeno compreende a coexistência das condições de desnutrição, deficiências nutricionais, sobrepeso e obesidade. Assim, uma criança com obesidade pode apresentar ao mesmo tempo um quadro de desnutrição.
A fim de promover a adoção de políticas públicas de prevenção e tratamento da obesidade infantil, o Desiderata realiza ações integradas para sensibilizar gestores públicos, tais como a produção e a disseminação de conhecimento, monitoramento de dados, campanhas de mobilização e ações de advocacy no legislativo e executivo.