Obesidade Infantojuvenil
A obesidade infantil é uma condição de causa multifatorial que se configura um grave problema de saúde pública em todo o mundo. Em 2020, segundo estimativa da World Obesity Federation, 158 milhões de crianças com mais de 5 anos estavam acima do peso adequado. Para a próxima década, é esperado que 254 milhões de crianças e adolescentes no mundo estejam com excesso de peso. No Brasil, o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional aponta que cerca de 31% das crianças e adolescentes atendidos na atenção primária do SUS em 2022 estão com excesso de peso.
A obesidade é fator de risco para diabetes, doenças cardíacas e respiratórias ainda na infância e também na fase adulta, comprometendo a qualidade de vida e o pleno desenvolvimento de crianças e adolescentes, além de sobrecarregar o sistema de saúde. Agir para conter os números crescentes de obesidade tem sido um desafio ainda maior com a crise sanitária, política e econômica instaurada pela pandemia da Covid-19 que, ao agravar as desigualdades sociais, contribui para o aumento da Insegurança Alimentar e Nutricional (IAN). A IAN abrange desde a preocupação ou incerteza quanto ao acesso e consumo de alguns alimentos até a ausência completa dos mesmos no domicílio. Neste período da pandemia, constatou-se que crianças e adolescentes foram os que mais sofreram as consequências do acesso inadequado à alimentação de qualidade.
Nos últimos anos, tem sido observado o fenômeno da dupla carga de má nutrição, que compreende a coexistência das condições de desnutrição, deficiências nutricionais, sobrepeso e obesidade, agravado com a crise sanitária. Tal fenômeno está diretamente relacionado com a IAN, em suas distintas gradações.
O Desiderata realiza ações integradas para sensibilizar gestores públicos e promover a adoção de políticas públicas de prevenção e tratamento da obesidade infantil, tais como a produção e a disseminação de conhecimento, monitoramento de dados, campanhas de mobilização e ações de advocacy no legislativo e executivo.