Novos aparelhos de tratamento e diagnóstico são doados ao INCA

Profissionais do INCA testam nova lâmpada de fenda digital

Equipamentos  aumentam as chances de preservar a visão de crianças com retinoblastoma e outras doenças oculares

Principal centro de  tratamento de retinoblastoma na rede pública do Rio de Janeiro, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) recebeu, este mês, novos aparelhos capazes de diagnosticar e tratar o câncer ocular no público infantil. A doação, feita pelo Instituto Desiderata, foi resultado de um edital lançado em 2019 pela organização, dirigido aos serviços pediátricos integrantes do Unidos Pela Cura.

“Qualificar a estrutura de hospitais de referência como o INCA é um pilar estratégico do trabalho realizado pelo Desiderata, pois fortalece também a rede de tratamento de câncer como um todo no Rio de Janeiro, preservando a visão de mais crianças e adolescentes”, diz Roberta Costa Marques, diretora executiva do Instituto Desiderata. 

O retinoblastoma é um tumor ocular que atinge a retina das crianças, mais comumente, antes dos cinco anos, e pode comprometer irreversivelmente sua visão. Quando o diagnóstico e o tratamento são feitos precocemente, as chances de preservar a visão e o globo ocular da criança chegam a 95%. 

Além desse tipo de tumor, os novos equipamentos permitirão o tratamento de outras doenças, como toxocara ocular, persistência do vítreo primário e catarata, entre outras. A expectativa do Inca é de realizar, com os aparelhos, cerca de 3 mil exames e 150 tratamentos por ano. 

“Todos esses aparelhos colaboram para uma melhoria inestimável da qualidade do serviço e do diagnóstico, em si, tanto do retinoblastoma quanto de outros cânceres”, ressalta Clarissa Matosinho, oftalmologista responsável pelo Serviço de Oncologia Ocular do Inca.

Foram doados ao instituto um aparelho de ultrassom, um de crioterapia, uma lâmpada de fenda digital e um projetor com tela de vídeo, que permitem diagnóstico e tratamento oftalmológicos mais qualificados. A lâmpada é usada em todas as consultas, e permite, com a captura de imagens, um acompanhamento mais preciso do estado do tumor e dos efeitos do tratamento. Um projetor mais moderno possibilita a avaliação da acuidade visual de crianças ainda não alfabetizadas, com o uso de imagens mais nítidas e modernas. O novo aparelho de ultrassom faz o registro de imagens digitais com maior qualidade, contribuindo para uma avaliação mais precisa das lesões, e o de crioterapia permite intervenções com alta precisão, evitando, ao máximo, danos ao aparelho ocular. 

A aquisição dos equipamentos foi possível com o apoio dos doadores Rogério Chor e Juliana Erthal. “Ficamos muito felizes em participar deste projeto e poder dar um destino tão nobre ao resultado de nosso trabalho. Muito bom ter organizações como o Desiderata, que se envolvem em projetos para simplesmente fazer o bem e o fazem de forma eficiente”, ressaltam.